sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quem é o líder da matilha, você ou seu cão?

Foto: Mike Adas Paiva mostra como a golden retriever, Tiffany, demonstra

respeito por ele ao mostrar seu ventre e ficar imóvel

Ariana Ayres

Em toda ninhada de bichos existem aqueles que se destacam dentre os outros e acabam lideram a família e conquistando o respeito dos demais. O cão vê sua família como se fosse a sua matilha, por isso, é necessário ter algumas ações e reações que permitam que o animal entenda quem manda e quem obedece, em um relacionamento que envolva respeito e afeto.

Segundo o adestrador Fernando Paiva, existem diversos exercícios que o dono pode fazer com seus animais para saber se ele é o “líder da matilha” perante seus cães. “É importante entender que, para o animal, o dominador é quem se mantêm acima de quem está dominado. Por exemplo, o filhote que é líder se sobrepõe ao que é dominante, que por sua vez, quando o vê se deita e mostra todo seu ventre. Esta demonstração é um sinal de sua submissão.”

Paiva explica que, não adianta usar chinelos, jornais, vassouras e afins, o animal não entende esta linguagem. “Quando o animal quer se impor ao outro ou fazer com que o outro pare ele vai direto ao pescoço do outro para atacar ou paralisá-lo. O dono precisa “agir” desta forma para que ele entenda, por isso são usadas as coleiras de adestramento. Cada vez que é dado um puxão (sem machucar, claro) e diz-se “não” para ele, é como se ele interpretasse essa reação como a mordida e o rosnado de um outro animal.”

O tempo de reação, seja de afirmação (quando ele faz algo certo) ou de repreensão (quando ele erra algo) também é importante. O adestrador orienta que, o carinho e a repreensão devem suceder em até um segundo e meio após o ocorrido. “Se você deixa passar muito tempo para reagir, o animal não irá associar a situação à sua reação. Por isso, se você passa muito tempo fora de casa e ele apronta, não adianta chegar horas depois e repreendê-lo, ele não vai entender. A melhor reação, neste caso, é ignorar sua ‘recepção’ quando você chegar e recolher a bagunça na frente dele, para haver associação.”

Outro fator importante é no ato da adoção do animal fazer um autoexame sobre seu temperamento. Para Paiva, uma pessoa que tem temperamento forte tem que ter um animal dominador e vice-versa, senão o bicho vai dominar a matilha, a casa. “É aquele animal que toma conta da situação, que come quando quer, que late quando quer, que não dá sossego para o dono. O proprietário precisa ter postura de líder, de adestrador para educar o animal, senão ele dominará a família toda.”

Exercícios de Submissão
Seguem algumas dicas para mostrar sua liderança para um filhote, conforme Paiva:
1. Segure-o de barriga para cima no chão e segure seu pescoço sem apertar. Ele deve fica imóvel pelo tempo que você segurar. Deve ser praticado uma vez por dia, todos os dias. Mostra ao animal que ele é que deve obedecer.

2. Durante passeio na rua, usar guia de no mínimo um metro e meio e coleira de adestramento de nylon (para iniciantes). Ao caminhar leve-o junto ao seu corpo. Atenção: Você tem que estar à frente e ele um passo atrás, quando ele tentar ultrapassar esse limite, puxe a guia de leve como forma de repreensão e faça a volta. Esteja atento ao andar com o animal.

3. Ao passar por uma porta, se ele passar primeiro, repreenda-o da seguinte maneira: com os dedos indicador, anelar e polegar dê uma leve batida em seu pescoço, no local aonde ficaria a coleira. Ele interpretará como uma mordida e diga “Não” em seguida, sempre observando o tempo de repreensão.

4. Passeie com ele e comece a ensiná-lo a sentar e deitar. Estas posições indicam submissão do animal. Você pode no início incentivá-lo com petiscos, mas atenção, procure intercalar o uso da comida e quando ele fizer algo certo, reaja dando muito carinho a ele.
5. Nunca diga mais que duas palavras ao repreender, ele não entenderá mais que isso. Feche a cara para chamar a atenção, olhando para ele, e entone sua voz na primeira sílaba da palavra, de forma firme. Ele entenderá principalmente, a maneira como se entona a voz. Se for ‘forte’, será como um rosnado.

6. Identifique desvios de comportamento. Animais que ficam muito tempo sozinhos ou tem pouco espaço livre tendem a reagir com mordidas nos donos, xixi fora do lugar, roem os objetos da casa e sua própria cama, vomitam em determinadas situações ou na presença de um novo animal na família e tem um temperamento instável. Essas ações indicam a necessidade de serem reeducados.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Conheça os cuidados para adotar um animal adulto

Foto: divulgação
Ariana Ayres

Geralmente quando adotamos um animal de estimação em idade adulta, seja um cachorro ou um gato, que possuem um convívio mais diretamente ligado entre um e o outro, esquecemos que é necessário tomar alguns cuidados na hora de adquirir esse animal. Não basta apenas cuidar da saúde do bichinho, é preciso entender seu comportamento antes que ocorra a interação família x cão, afirma o veterinário Fernando Vieira Araújo.

Conforme o veterinário, antes de tudo, se a família nunca teve um animal é necessária uma conversa com toda a família para conscientizar seus membros das responsabilidades de se ter um animal em casa. É preciso também avaliar o ambiente em que ele será recebido e se este é adequado ao tamanho do cão ou gato. “Além disso, convém realizar uma avaliação geral da saúde do animal com a devida vacinação e vermifugação”.

Outro detalhe importante é fazer uma adaptação com o animal recém-adotado e os que já existem na casa. O tempo de adaptação depende muito do comportamento dos familiares e do comportamento do bicho. “Geralmente, os cães levam em média de uma semana a seis meses para se adaptar totalmente à família quando é o único na casa. Em relação ao gato, o cão é muito mais sociável, o primeiro é mais independente”.

Para o especialista, as ong’s e as famílias adotivas deveriam consultar um profissional do comportamento animal. De acordo com Araújo, este especialista consegue definir qual animal é adequado para determinada família conforme as características de comportamento de seus membros. Ele explica que a falta de recursos dessas ong’s para contratar profissionais desta área e a carência de pessoas que queiram adotar praticamente obrigam elas a ‘entregar’ o animal sem este estudo.

Só lembrando que, um gato é considerado adulto com oito meses a um ano de vida. Já no caso dos cães, os de pequeno porte, a partir de um ano; os de médio porte, a partir de um ano e meio e os grandes e gigantes, a partir de dois anos. “No caso do cão, quanto maior seu tamanho, mais demorada vai ser a formação completa de seu metabolismo”, explica o veterinário.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Em caso de divórcio, quem fica com o animal?

Foto: Divulgação ‘Separação do casal pode afetar o animal psicologicamente, pois,
para ele a família é membro de sua matilha’, conta veterinário

Ariana Ayres

Nem é de hoje que projetos de lei como o proposto pelo deputado federal Márcio França (PSB/SP), são pautados na Câmara dos Deputados, em Brasília, a fim de regularizar a guarda e a posse responsável de animais em casos de separação de cônjuges. Uma das dificuldades do projeto é esclarecer de que maneira julgar como seria realizada a escolha do cônjuge que deve ficar com o bichinho.

De acordo com o advogado Renê Vieira da Silva Neto, mais do que definir com quem vai ficar a posse do animal, é importante fazer uma avaliação psicológica dos proprietários. Essa avaliação serviria de base para dar continuidade aos requisitos seguintes, como: condições financeiras, físicas de espaço, e também de disponibilidade de dar assistência ao animal.

“O animal não é um ser racional e mesmo o melhor perito teria dificuldades para decidir sobre o relacionamento do bichinho com o casal. O animal é considerado o melhor amigo porque mesmo quando você o maltrata, eles ainda gostam do dono, ele não entende”, explica.

Já o veterinário Fernando Vieira Araújo, é preciso avaliar o estado do animal. “O cão ou gato entende a família como membros da sua matilha. Quando acontece a separação do casal, o animal também é afetado psicologicamente. Então, sou da opinião de que é necessário avaliar o relacionamento do animal com cada um dos cônjuges para observar se a disputa é pelo amor do animal ou pelo ‘bem’ (no sentido material) que o bicho representa para aquela pessoa. Infelizmente, aqui em Itapetininga, não há uma disputa e sim o abandono do animal quando ocorrem casos como este.”

Conforme a presidente da Uipa de Itapetininga, Graziela Leonel, acredita que seja necessário pensar nos dois lados: o bom e o ruim. “Porque existem muitos casos em que há a briga pela posse do animal e há também casos em que o casal quando resolve se separar, deixa de querer o animal, abandonando-o ao acaso nas ruas. É preciso medir os dois lados da questão”, afirma.

Para Neto, embora haja contradições no projeto de lei como a dificuldade de se ‘medir’ com quem fica a posse do animal, o projeto é interessante, pois regulamentaria um tema em que ainda inexistem regras. “O animal é irracional. É preciso avaliar o ser humano quanto ao amor e a forma de tratamento que ele dá e suas condições para manter esse bicho. É o homem quem precisa de regras.”

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Nomes revelam proximidade com humanos

Foto: Mike Adas

Maria Dulce mostra Chico Buarque, um de seus 35 gatos artistas


Ariana Ayres

Rin-Tin-Tin, Lassie, Benji, Pluto. O que todos estes nomes tem em comum são o fato de terem sido dados a animais que interpretaram personagens famosos de filmes, seriados, desenhos animados e histórias em quadrinhos. Mas sempre existem aquelas pessoas que querem inovar e por que não dormir e acordar com o Reynaldo Gianechini?! É, isto mesmo. A dona Maria Dulce Garcia Maurício, batizou um de seus gatos com o nome do artista global.

Segundo a proprietária de um total de 35 gatos entre machos e fêmeas, a escolha do nome para ela significa uma forma carinhosa de homenagear pessoas que ela admira e seus artistas, compositores, cantores e pintores favoritos. E ela não economiza. Moram com ela os felinos Gianechini, Tony Ramos, Maitê Proença, Chico Buarque, Juliana Paes entre outros.

Maria observa que as pessoas acham engraçadas suas escolhas de nomes para seus gatos e se divertem quando ela afirma que “dorme com o Gianechini e roça os pêlos do Tony Ramos”(risos).

Algo antes incomum era encontrar pessoas com o apelido de nomes dados a animais. Exemplo disso é o caso do personagem interpretado pelo ator Tony Ramos, na novela Passione, apelidado de Totó, antes nome de um personagem do filme ‘O Mágico de Oz’.

Para a veterinária Juliana Sonoda, uma explicação para esta inversão na escolha de nomes está associada ao fato de os animais, atualmente, estarem mais próximos dos seres humanos, convivendo dentro de casa. É como se eles fossem realmente parte da família, um outro integrante da casa. Além disso, ela comenta que existem aqueles nomes que são de ‘época’. Por exemplo, no caso de nomes de personagens famosos de novelas, filmes e seriados Ela afirma que os que mais tem visto nestes casos são animais ‘batizados’ como: Raj, Maya, Mel, Raqueli, Bob, Doralice, Berenice e até Elvis.


Mas sempre existem aqueles que dão preferência a nomes relativos a qualidades do animal, como cor ou temperamento, A atendente de pet shop, Camila de Fátima Almeida possui uma fêmea da raça Labrador chamada ‘Preta’. Conforme a atendente, antes a cadela era chamada de Laila, mas o nome não ‘pegou’ por não ter a cara do seu bichinho.